sábado, 2 de junho de 2012

domingo.

Mais uma noite, outra queda. Sangue, foi menos doloroso dessa vez; mesmo assim parece familiar, à garganta seca o pulso acelerado, os olhos marejados; tudo muito semelhante ao que já havia acontecido antes, o que sempre acontece. Nenhuma novidade dessa vez.

Eu estou tentando (mentira, não estou) ser o melhor que eu sei que poderia ser. No entanto uma infinitude de “por quês” (igualmente mentira, trata-se de um fato somente). Porém o que há de se fazer? E do que adiantar manter as perguntas sem resposta?

“It's coming around again...”

E pela eternidade virá por este caminho que foi construído antes de nós, e que permanecerá quando já não estivermos por aqui. O caminho que nossos pais julgam ter acertado, porém vinte anos depois percebem que nunca se conheceram, a cama parece pequena demais, a rota parece não ter sido bem traçada, ainda assim ostentam (e por que não iriam?) a boa imagem do casal feliz.

Por mais que você tente ser o melhor que consiga, e até mesmo se você conseguir; o que é dito é que você não estará fazendo a coisa certa, que se perderá e uma vez mais será jogado à vala.

Há os que dizem “Amigo, acredite em mim, você não pode agir desta forma, se assim o fizer por certo morrerás. Perderá tua vida e jamais verás outra vez a luz do sol, onde já se viu, tira logo essa idéia da cabeça".

*** - Ele resmunga isso tentando se convencer do mesmo (Onde já se viu falar de amor desse jeito, todos sabem como devemos tratá-las; elas sabem, até marcham pelo nome como nós devemos chamá-las).***

Enquanto isso o aspirante à jovem Werther sente as entranhas corroendo-se, não quer acreditar nas palavras proferidas pelo amigo, ele não pode acreditar em que sendo tudo o que jamais foi, ou quis ser, alcançará o que sempre esperou, não pode aceitar.
Ele não quer perder, ele quer achar. Não quer fingir que não liga, quer ligar à cada 15 minutos para saber dela, e se não houver nada para saber só escutar sua voz servirá. Não quer ser indiferente, prefere ser diferente do resto do mundo no sonho que ele construiu para dois.

*** - O outro pensa e se nega a aceitar (Não, não e não [até parece uma criança birrenta], não pode ser, como pode ser? Por que? No entanto o que meu bom amigo fala não deixa de possuir sua razão, olhe para mim, olhe onde estou, veja o que sobrou. Algo do que eu fiz até aqui está errado, eu deveria passar menos tempo no fundo daquele poço, porém acabo escorregando e terminando lá, ele não pode estar certo. Mas olhe lá, ele está indo embora no seu carro com sua bela namorada; talvez ele esteja certo afinal).