quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

REDENÇÃO.

“Vidas a mais...”

Aonde você quer chegar? Com o quê você tem sonhado? Quantas certezas você tem na vida? Se você conseguiu responder alguma dessas perguntas com facilidade melhor ir embora...

Eu sempre fui muito dramático, exagerado demais nas emoções, acho que tenho que parar com isso, mas tem gente que acha isso legal.  A vida nunca é tão ruim quanto eu costumo dizer que é. Eu exagero demais... Mas eu me rendo, confesso afinal, eu não gosto dessa vida, preferia ter outra. Trocava o pouco que eu tenho por muito que talvez não seja tão nobre e importante assim, mas ainda assim me faz falta.

O que é que te faz falta? O que é que sempre te faz falta? Alguma coisa te faz falta ou você é desses que fingem que tá tudo bem? Desses tipinhos insuportáveis que insistem em fazer parecer que a vida deles é ótima. Eu sinceramente tenho uma teoria sobre a vida, na qual eu acredito que ninguém seja feliz, mas isso fica para outro dia.

Na verdade o que me faz falta é viver mais e sonhar menos...

Enfim, eu acho que não consegui dizer nada, mas ainda assim espero que alguém entenda algo nisso. Pra que ao menos uma parte minha sinta que algo nisso tudo faz sentido, que essa pequena parte possa ter um pouco do quê se orgulhar, que essa mínima parte possa encontrar a tão esperada paz, a tão desejada redenção...

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Flores & Chocolates.


Qual o sentido disso tudo? Talvez algum dia a gente descubra... Enquanto isso a gente gasta aquilo que vive, e sente, em linhas vulgares de um blog.

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Era pra ser sobre raiva e desprezo, mas não é. Agora é sobre melancolia e conivência (não sei se é a melhor palavra) talvez algo parecido com solidariedade se encaixe melhor. Afinal foi só o que restou do que eu achei que ainda tinha...

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Eu achei que ela não estava mais perdida, que ela havia encontrado um novo rumo, sem amor, mas ainda sim um novo caminho. E que pretendia seguir em frente com isso, eu estava com raiva, porém sem motivo algum. Ela não havia cometido nenhum erro, “mulher, quem te condenou?”, se houve algum erro foi meu, e dessa minha insuportável mania de projetar nas pessoas coisas que não são delas, e que elas não são. Mais uma vez a culpa foi minha.

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Fomos em frente, cada qual para o seu lado e eu estava disposto a esquecer, eu sei que minha presença não faria falta. Mas ela voltou, ela acenou pra mim. Eu juro que tentei resistir e não falar, me virar ir embora e deixa - lá falando sozinha com as paredes. Não pude fazê-lo e nem sei se poderia tê-lo feito. Porque eu vi, percebi e senti que ela também estava perdida.

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Eu sabia que aquele poderia ser o momento, o momento que eu talvez tivesse perdido meses atrás e que achei que não mais voltaria é aquele tal do “momento certo”. Eu precisava ajudá-la e ela precisava de ajuda, eu poderia oferecer tudo àquilo que ela precisava, e era também tudo o que eu podia lhe oferecer. Eu poderia lhe comprar flores e chocolates, lhe daria a lua e uma cesta cheia de estrelas, e nos deitaríamos no jardim à tarde para observar as nuvens. E tudo mais de brega que já tenham dito sobre o amor, e que todo mundo deseja fazer com alguém especial.
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Mas se não for eu, e você tiver encontrado alguém que tenha o amor que você precisa e que lhe compre flores e chocolates, que saiba qual é sua música favorita e que repare quando você muda alguma coisa no cabelo. Bom...  Eu só posso mentir e dizer que está tudo bem... Dizer que vou seguir em frente e que ao menos eu fico feliz por você ter encontrado o que procura nos braços de outro alguém, e que eu espero que você seja feliz o tanto quanto você merece...

E fim. (?)                                                        


segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

As Tragédias dos Nossos Dias.


Tudo estava como deveria, as luzes apagadas criavam a atmosfera necessária, o frio da noite, junto com o estado emocional no qual se encontrava, fazia com que sua mente não pudesse diferenciar sensações físicas de sensações emocionais, de um jeito ou de outro aquela história teria um fim...

De um lado para o outro em seu quarto frio e úmido, o jovem M. não parava de pensar, sabia que uma hora ou outra aquilo iria acabar, se bem ou mal ele não podia saber. Contando de seus vinte e poucos anos, ele julgava que a história poderia ter sido diferente, sabia que não houvera culpados para que tudo acabasse daquela forma, NÃO! Havia apenas um culpado, e era ele... Mas agora tudo iria terminar, talvez até ficasse em paz.

Se ao menos ele não tivesse se perdido naqueles dias, por causa daquele alguém, à pessoa que esteve lá desde sempre, desde que ele se lembrava à pessoa com a qual ele teve menos momentos do que com qualquer outra, porém todos tinham sido mais importantes do que qualquer outro de que ele tinha lembrança, enfim, a única pessoa que ele gostaria que estivesse lá naquelas últimas horas.

As horas passavam, a noite seguia estendendo seu manto negro havia dispensado todos os empregados, decidiu ficar em paz para aquela última prova do destino e dar descanso a todos àqueles que o cercavam e o serviam. Ele já sabia que seu destino estava selado os ares da tragédia já se faziam sentir por todos os lugares do quarto, se ele não podia tê-la ninguém mais poderia, ninguém mais deveria.

Passavam das onze quando ele saiu do quarto e desceu as escadas em direção a sala lá estava uma refeição posta para dois, logo ela chegaria, e ele não poderia demonstrar todo o seu tormento. As onze e quinze a campainha tocou, nervoso ele atendeu a porta, deveria ser ela, só podia ser ela, quem mais poderia ser?

Não era ela. A tragédia naquela noite não seria aquilo que ele havia pensado, tudo mudaria em segundos.

Quando M. abriu a porta sua surpresa não poderia ter sido maior, a porta com uma expressão de claro descontrole mental estava um de seus criados, uma pessoa que também naquela noite tinha decidido por fim a uma história que a muito o escravizava e o entristecia.

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 O patrão nunca havia sido bom com nenhum dos servos, era desses sujeitos que não sabia tratar ninguém com o mínimo de respeito, típico dos que possuem algo, mantinha hábitos reclusos e jamais dera ousadia a qualquer pessoa, sequer tinha amigos, somente alguns bajuladores que vez ou outra vinham visitar-lhe para o exercício da hipocrisia. O máximo de relacionamento que ele e os outros servos sabiam sobre o patrão era de alguém pelo qual ele se correspondia através de cartas misteriosas e semanais nada além disso. Ele o patrão sempre que as recebia trancava-se em seu quarto e as lia solitário. E só,não sabiam de nada além disso.

Hoje ele, o empregado, tinha ido pedir um adiantamento em seu ordenado para que pudesse ajudar o pequeno irmão que estava muito enfermo, o patrão passara todo o dia trancafiado em seu quarto (o motivo também não se sabia). Ele fora várias vezes a porta do quarto para tentar falar com o patrão que nem sequer abriu a porta para lhe dizer qualquer resposta que fosse. Naquele dia o patrão dispensara a todos mais cedo. Quando ele chegou em casa soube que o irmão havia morrido. Os médicos disseram que se o tratamento houvesse sido feito com antecedência poderia haver uma chance de salvar o pequeno. O ódio lhe consumiu então. Tomou a velha arma de seu pai, ganhou a rua e seguiu em direção a casa de seu velho patrão, havia decidido que a tragédia naquela noite não bateria somente em sua porta...

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Os vizinhos do jovem senhor M. ouviram três tiros, porém não julgaram ser algo que tivesse importância, afinal o que mais de ruim poderia acontecer na casa daquele jovem órfão? Cuja vida já era marcada pela tragédia da morte de seus pais...

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Vacancy (No Vacancy)

Deveria ser mais fácil pra mim, falar de amor... Ou mesmo de amores. É engraçado como a gente sempre acha que sabe já sabe de tudo sobre nós mesmos, ou que já sentimos tudo que poderíamos sentir. E mais engraçado ainda é como isso tudo soa repetitivo, talvez por que a vida seja repetitiva ou os amores estejam se repetindo.

Essa situação pode ser tudo, menos engraçada. Eu não vejo graça na dor ou nas feridas de ninguém, e apesar disso parece que um inconsciente desejo masoquista me atrai para as mesmas covas rasas nas quais eu costumo me jogar, aonde eu me machuco, me recupero, levanto e me jogo novamente... Eu não sei por que, mas eu faço isso.

Tal qual um animal irracional eu fico de longe observando aquele lugar, como um rato de laboratório experimentando um pedaço de queijo que dá choque, ele sabe o que vai acontecer ao pegar o queijo e acaba aprendendo... Nesse ponto eu me diferencio do rato, pois eu nunca aprendo, lá vou eu me jogar outra vez, apenas mais uma vez. Lá naquela cova eu espero encontrar alguma coisa diferente do que eu já vi lá, até por que eu já soube de gente que encontrou o que procurava que entrou e nunca mais saiu, mas toda vez que eu me jogo nesse maldito buraco que é o amor eu me machuco, e pelo visto eu continuarei me jogando nele até que eu aprenda ou morra.

Sempre vem do mesmo jeito, com a subjetividade de um detalhe qualquer, “parece que dessa vez será diferente” é o que eu digo, mas eu acabo quebrado em pedaços pequenos como da última vez. Nada muda, talvez o rosto mude, o nome mude, o número do telefone mude, mas no fim acaba do mesmo jeito. Vem e vai como que não quer nada, como um detalhe que nem deveria estar ali.

Mas afinal, por quê nós amamos? Existe um por quê? Ainda que exista, será que é o suficiente pra se dizer que vale a pena se atirar novamente? Eu sou mais irracional que o rato de laboratório. E se vocês me dão licença, eu vou juntar os pedaços que se espalharam por causa da última queda que não foi tão grande quanto às anteriores, mas ainda assim foi dolorosa, mas eu acho que estou começando a aprender...

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“E mais tarde eu vou olhar o que tem no fundo daquele buraco, parece que não está vazio! Acho que dessa vez eu encontro alguma coisa!”