terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Especial de Fim de ano

“Não importa o quanto você ande, é provável que você sempre volte para o mesmo lugar. Ou você ainda não percebeu que o mundo é um círculo?”

...

Dessa vez eu não errei e não há motivo para me desculpar, não caí do alto de um grande buraco (como em Vacancy/No Vacancy) e por isso não é necessário que você sinta-se comovido com a minha dor, não fui alvejado por tiros de antigos fuzis russos, portanto não morri, estou vivo! Mas nem por isso estou bem. Sinto como se tivesse cometido todos os erros do mundo, como se meus ossos estivessem partidos por ter caído de um alto buraco, como se tivesse sido fuzilado por um fuzil Kalashnikov em pleno estado de funcionamento e, no entanto, sinto-me tão morto quanto antes.

Tanto é assim que acredito que entre um passo e outro, ao longo de tudo, não me movi um centímetro... Ora, estamos em dezembro, é claro que eu estou falando do que aconteceu neste ano, do quanto eu vivi, do tanto que morri, do que eu descobri, alguma coisa que vi e outro tanto do que ouvi falar.

*Voz do Sílvio Santos*
“Senhoras e senhores, este é nosso ESPECIAL DE FIM DE ANO.” *Voz do Sílvio Santos*


[E agora todas as coisas iniciam um término]

Além de um ano que termina, onde, com algum esforço, contei nestes escritos parte de alguns romances, aventuras que não vivi e ideias que [nunca] poderiam mudar o mundo.
Termina uma vida, nasce outra... Para cada um que vive, um outro morre. Para cada piscar de olhos, um novo universo. O leitor mais atento desse [nenhum pouco] notório blog, deve ter percebido a insistência na dialética entre fim e começo, bem e mal, céu e terra (não inferno); como notado em “É necessário que tudo acabe para começar outra vez..” e “Culpado (Eu?)”. Falei de violências sofridas e algumas que eu planejo [nunca] executar; tal como em “Desfibrilador”.

Refleti sobre nós, sobre você, sobre mim; tentei encontrar uma saída, algo que pudesse me desse uma soulução, não não.. Era "salvação"; mas também tentei em “Algumas Coisas”, “Entre 19 paredes” e “Mea Culpa”.

Houve um pouco de desabafo em “Redenção” e “Você quer Morrer no Japão?”; além de terem os títulos mais simpáticos de todo esse blog.

E como prelúdio do fim deste ciclo, mesmo que tenha sido inconsciente, tivemos “Lovers Saying” e “Prorrogação”, antes disso tudo é claro tivemos boas doses de melação, choração, depressão ; coisas de cotovelos doídos e moídos. Como em “Flores & Chocolates” “Flores & Chocolates 2.0 (Retórica) ou Ataque Cardíaco.”(e desses tenho que dizer que foram mais dramatizados do que deviam), além de outra dose em “Mais um vacilo mais um problema cardíaco” e “Em mares Incertos”. Mas nada disso se comparou ao que me atingiu em “#meutunãosabeoqueaconteceu” e em “Violência”, vocês não tem idéia, nunca souberam, ela pouco se importou; e o que eu tinha para dizer eu lhe disse, da seguinte forma...

[Mas ainda assim, quando me pergunto onde isso realmente começou, algo me diz que os seus olhos me chamaram a atenção bem antes, na verdade o seu nome (um tanto esquisito) também me chamou atenção. Eu devo ter perguntado a alguém “qual é o nome daquela menina?” e alguém deve ter respondido “o nome dela é Ana Klivia” e eu pensei “mas que raios de nome é esse?”]

[Medo de vc, minhas “fugas”, mas o que me parece é que vc observava aquilo tudo de forma superficial, vc aparenta não ter percebido o que havia por trás do fake, do anagrama e tudo mais. Por trás daquilo tudo havia um sentimento ENORME, um sentimento do tamanho do mundo, maior do que eu, maior do que a fé que eu tinha, maior do que todo o quarteirão.]

[Mas ao contrário do que dizem sobre o amor, esse amor (ou quase amor) não me fez bem, ele fez justamente como a frase “devorou tudo, não deixou nada” e isso em todas as esferas da existência de uma pessoa, não me sobrou nada, não sobrou vida, nem raiva, nem nada, me faltou vida; por vezes pensei em suicídio (cheguei a uma tentativa ridícula e sem sucesso, mas nada muito grave[para minha saúde]), mas a vida não terminou (e eu pedi muito isso a ‘deus’) e como eu não tinha coragem de “dar cabo” da mesma, decidi seguir em frente, decidi continuar.]

[Nada me ajudou, até que eu percebi “o tempo cura, por mais clichê que isso seja, o tempo cura”, mas deixou uma cicatriz horrorosa na minha vida, a minha alma não era mais a mesma, muitas coisas haviam sido perdidas pelo caminho, da fé, mal se ouvia falar dentro de mim, todos os outros e novos ‘romances’ só me faziam lembrar vc, mas apesar disso, sobrevivi, com todas as marcas e cicatrizes.]


Isso são fragmentos, quase cartas apócrifas e hereges de histórias que nunca existiram e um pouco foram cantadas, mas para quase nenhuma platéia. E se mesmo tendo lido, você não conseguiu compreender, sinto muito; a ‘carta’ é maior, mas por medo de ser processado por bullying e um pouco de fadiga, prefiro deixar apenas fragmentos soltos no ar, quem conseguir captar ou tocar algum, sinta-se feliz .

Eu não posso te culpar por não ter me curado da forma que você poderia (e que você de certa forma propôs, não fuja disso), no entanto, não me julgue por substituir o nobre amor pelo tão sofrível e vulgar ódio. Sim, é o que sobra, é a dialética da vida, tudo acaba para começar outra vez(acho que eu já disse isso) ‘inda que pior, ou sobre certa ótica até melhor. Sigo em busca do que sempre rejeitei e agora preciso, e por uma trágica ironia, você afirma ter encontrado pela primeira vez o que sempre faltou.

A caminhada teve seu derradeiro fim, é mais uma canção que termina... E ainda assim continua soando.

[...]

Não sou do tipo que faz saldos e balanços ao fim de cada ano. Isso por que geralmente o resultado é negativo, prefiro me poupar ao menos disso, não gosto da idéia: “Então é natal e o que você fez? O ano termina e nasce outra vez.” (Não me enche o saco Simone)

Não sei o que será daqui pra frente desta “fosca” última luz que teima em permanecer acesa. As idéias continuaram surgindo e ‘inda que não postas em uma plataforma fria e física, como essa, estarão postas no mundo, no universo que há em cada um de nós... Investidas literárias que houveram aqui como em “As Tragédias dos Nossos Dias” e “Vidas a Mais” me aparentaram ter conseguido bom resultado, mas não sei... Talvez o defeito da minha escrita seja revelar tudo o que eu quero, cabendo ao bom escritor esconder com maestria suas desventuras, dores e amores.

Para começar, uma vez que o começo é o primeiro segundo após o fim (ISSO VOCÊ JÁ DISSE UMAS 20 VEZES, SEU IDIOTA). É chegada a hora, postos os fogos, champagnes estão sendo estourados, mais um ano, menos um ano, tudo questão de ponto de vista. E se de repente no meio tempo você sentir lascívia por uma leitura “provocante e confessional”... Comece pelo começo #1.

[fim do primeiro começo...]