terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Especial de Fim de ano

“Não importa o quanto você ande, é provável que você sempre volte para o mesmo lugar. Ou você ainda não percebeu que o mundo é um círculo?”

...

Dessa vez eu não errei e não há motivo para me desculpar, não caí do alto de um grande buraco (como em Vacancy/No Vacancy) e por isso não é necessário que você sinta-se comovido com a minha dor, não fui alvejado por tiros de antigos fuzis russos, portanto não morri, estou vivo! Mas nem por isso estou bem. Sinto como se tivesse cometido todos os erros do mundo, como se meus ossos estivessem partidos por ter caído de um alto buraco, como se tivesse sido fuzilado por um fuzil Kalashnikov em pleno estado de funcionamento e, no entanto, sinto-me tão morto quanto antes.

Tanto é assim que acredito que entre um passo e outro, ao longo de tudo, não me movi um centímetro... Ora, estamos em dezembro, é claro que eu estou falando do que aconteceu neste ano, do quanto eu vivi, do tanto que morri, do que eu descobri, alguma coisa que vi e outro tanto do que ouvi falar.

*Voz do Sílvio Santos*
“Senhoras e senhores, este é nosso ESPECIAL DE FIM DE ANO.” *Voz do Sílvio Santos*


[E agora todas as coisas iniciam um término]

Além de um ano que termina, onde, com algum esforço, contei nestes escritos parte de alguns romances, aventuras que não vivi e ideias que [nunca] poderiam mudar o mundo.
Termina uma vida, nasce outra... Para cada um que vive, um outro morre. Para cada piscar de olhos, um novo universo. O leitor mais atento desse [nenhum pouco] notório blog, deve ter percebido a insistência na dialética entre fim e começo, bem e mal, céu e terra (não inferno); como notado em “É necessário que tudo acabe para começar outra vez..” e “Culpado (Eu?)”. Falei de violências sofridas e algumas que eu planejo [nunca] executar; tal como em “Desfibrilador”.

Refleti sobre nós, sobre você, sobre mim; tentei encontrar uma saída, algo que pudesse me desse uma soulução, não não.. Era "salvação"; mas também tentei em “Algumas Coisas”, “Entre 19 paredes” e “Mea Culpa”.

Houve um pouco de desabafo em “Redenção” e “Você quer Morrer no Japão?”; além de terem os títulos mais simpáticos de todo esse blog.

E como prelúdio do fim deste ciclo, mesmo que tenha sido inconsciente, tivemos “Lovers Saying” e “Prorrogação”, antes disso tudo é claro tivemos boas doses de melação, choração, depressão ; coisas de cotovelos doídos e moídos. Como em “Flores & Chocolates” “Flores & Chocolates 2.0 (Retórica) ou Ataque Cardíaco.”(e desses tenho que dizer que foram mais dramatizados do que deviam), além de outra dose em “Mais um vacilo mais um problema cardíaco” e “Em mares Incertos”. Mas nada disso se comparou ao que me atingiu em “#meutunãosabeoqueaconteceu” e em “Violência”, vocês não tem idéia, nunca souberam, ela pouco se importou; e o que eu tinha para dizer eu lhe disse, da seguinte forma...

[Mas ainda assim, quando me pergunto onde isso realmente começou, algo me diz que os seus olhos me chamaram a atenção bem antes, na verdade o seu nome (um tanto esquisito) também me chamou atenção. Eu devo ter perguntado a alguém “qual é o nome daquela menina?” e alguém deve ter respondido “o nome dela é Ana Klivia” e eu pensei “mas que raios de nome é esse?”]

[Medo de vc, minhas “fugas”, mas o que me parece é que vc observava aquilo tudo de forma superficial, vc aparenta não ter percebido o que havia por trás do fake, do anagrama e tudo mais. Por trás daquilo tudo havia um sentimento ENORME, um sentimento do tamanho do mundo, maior do que eu, maior do que a fé que eu tinha, maior do que todo o quarteirão.]

[Mas ao contrário do que dizem sobre o amor, esse amor (ou quase amor) não me fez bem, ele fez justamente como a frase “devorou tudo, não deixou nada” e isso em todas as esferas da existência de uma pessoa, não me sobrou nada, não sobrou vida, nem raiva, nem nada, me faltou vida; por vezes pensei em suicídio (cheguei a uma tentativa ridícula e sem sucesso, mas nada muito grave[para minha saúde]), mas a vida não terminou (e eu pedi muito isso a ‘deus’) e como eu não tinha coragem de “dar cabo” da mesma, decidi seguir em frente, decidi continuar.]

[Nada me ajudou, até que eu percebi “o tempo cura, por mais clichê que isso seja, o tempo cura”, mas deixou uma cicatriz horrorosa na minha vida, a minha alma não era mais a mesma, muitas coisas haviam sido perdidas pelo caminho, da fé, mal se ouvia falar dentro de mim, todos os outros e novos ‘romances’ só me faziam lembrar vc, mas apesar disso, sobrevivi, com todas as marcas e cicatrizes.]


Isso são fragmentos, quase cartas apócrifas e hereges de histórias que nunca existiram e um pouco foram cantadas, mas para quase nenhuma platéia. E se mesmo tendo lido, você não conseguiu compreender, sinto muito; a ‘carta’ é maior, mas por medo de ser processado por bullying e um pouco de fadiga, prefiro deixar apenas fragmentos soltos no ar, quem conseguir captar ou tocar algum, sinta-se feliz .

Eu não posso te culpar por não ter me curado da forma que você poderia (e que você de certa forma propôs, não fuja disso), no entanto, não me julgue por substituir o nobre amor pelo tão sofrível e vulgar ódio. Sim, é o que sobra, é a dialética da vida, tudo acaba para começar outra vez(acho que eu já disse isso) ‘inda que pior, ou sobre certa ótica até melhor. Sigo em busca do que sempre rejeitei e agora preciso, e por uma trágica ironia, você afirma ter encontrado pela primeira vez o que sempre faltou.

A caminhada teve seu derradeiro fim, é mais uma canção que termina... E ainda assim continua soando.

[...]

Não sou do tipo que faz saldos e balanços ao fim de cada ano. Isso por que geralmente o resultado é negativo, prefiro me poupar ao menos disso, não gosto da idéia: “Então é natal e o que você fez? O ano termina e nasce outra vez.” (Não me enche o saco Simone)

Não sei o que será daqui pra frente desta “fosca” última luz que teima em permanecer acesa. As idéias continuaram surgindo e ‘inda que não postas em uma plataforma fria e física, como essa, estarão postas no mundo, no universo que há em cada um de nós... Investidas literárias que houveram aqui como em “As Tragédias dos Nossos Dias” e “Vidas a Mais” me aparentaram ter conseguido bom resultado, mas não sei... Talvez o defeito da minha escrita seja revelar tudo o que eu quero, cabendo ao bom escritor esconder com maestria suas desventuras, dores e amores.

Para começar, uma vez que o começo é o primeiro segundo após o fim (ISSO VOCÊ JÁ DISSE UMAS 20 VEZES, SEU IDIOTA). É chegada a hora, postos os fogos, champagnes estão sendo estourados, mais um ano, menos um ano, tudo questão de ponto de vista. E se de repente no meio tempo você sentir lascívia por uma leitura “provocante e confessional”... Comece pelo começo #1.

[fim do primeiro começo...]

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Desfibrilador.

-carregar.

Você tinha tudo o que dizer, tudo à viver, e agora vem falar que sente falta de um amor? Ora, convenhamos, você nem deve saber sobre o que se trata esse tal de “amor”. Mas não se ofenda, não é minha intenção dizer, sugerir, ou apontar, que você seja alguém do tipo que se pode chamar: “cold” e sem coração. Mas é que você não sabe bem onde quer estar, ou talvez não perceba que está no lugar errado, e que talvez esteja fazendo a coisa toda errada, ou talvez eu é que tenha estado errado todo o tempo (ao menos até agora).

Talvez você tenha se tornado a mais nova vilã da história, e olha que você tinha tudo para ser a heroína, mas talvez me sirva agora, e até com melhor utilidade, uma real heroína... Você veste branco, e tenta salvar as pessoas, e ainda assim conseguiu me derrubar e derrotar... Perdi, caí, mas não morri. O maior erro de um homem talvez seja o de manter vivo o rival, uma vez que tenha tido a possibilidade de liquidá-lo. (se estás vivo, e morre. Uma vez mais renascerás...)

Lembre-se que não é a primeira vez nessa vida em que eu morri. Você já me matou outras vezes, em todas as outras eu achei que não fosse sobreviver, achei que você fosse mais forte do que eu. Mas uma vez que você me derrotou, mas não me matou, manteve acesa a última luz, me deixou o suficiente para poder renascer. (Não espero que entenda)

Eu percebo que você não é tão forte quanto eu achei, se fosse, talvez tivesse dado cabo de minha vida, um moribundo como eu não deve ser tão difícil de executar. E uma vez que me manteve vivo, e me vejo ressurgindo, torno-me mais forte; e ao menos que suma do meu caminho, irás sentir toda a dor e ódio que me foi conferido enquanto vagava pelas ruelas do próprio inferno.

Ou talvez... Você seja apenas a vítima. A pobre criança vestida de branco, esperando por salvação, escutando atenta de seus pais velhas cantigas e tolas preces. Você sempre venceu. Sempre se contentou com o pouco que tinha, apesar de nunca ter percebido que sempre teve o bastante, talvez por isso, ao brincar com uma arma tão perigosa, tenha disparado sem querer, e atingido um pobre inocente que passava em hora e momento errado. Seu castigo será sempre ser assombrada pela alma do inocente, que foi ferido e morto, não possuindo culpa alguma. Ele irá te seguir eternamente, buscando encontrar sua redenção. Você terá um carma, pelo seu imaculado pecado.

Não me cabe o julgamento. Isto cabe ao tempo, senhor do mundo humano, será ele que fará com que você esqueça, como todos os outros assassinados por você, todos os outros os quais você lhes roubou o coração. Ou talvez lhe absolva, fazendo com que você simplesmente esqueça, fazendo com que eu simplesmente desapareça...

Mas tenha para si um bom aviso, não me procure, não ouse me falar qualquer palavra que seja. Ou você irá pagar, a justiça será feita. E você não irá sobreviver...

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Salvação.

Não há, não no céu, muito menos nestas palavras. Portanto se veio buscar [salvação] aqui pode ser que você vá perder seu tempo, mas eu recomendo que leia tudo até o fim, você pode acabar não perdendo seu tempo afinal...

Há uma boa probabilidade de estarmos sozinhos no universo, ou a possibilidade mais assustadora, que exista um ser supremo e infinitamente sábio (algo como um "deus") e que aparentemente é o nosso criador, o que para alguns significa que devemos empenhar todos os nossos esforços à esse ser, na esperança de que um dia ele nos ouça e do alto de seus “problemas supremos” e celestiais ele nos ouça e atenda (por fim) nossas preces, onde nós finalmente vamos ser felizes para sempre. Se eu fosse você eu começava a temer pelo pior, por que pode ser que o tempo passe e nem o “felizes” pode te sobrar, quanto mais para sempre.

Ora, o que você acha que está fazendo aí de olhos fechados e joelhos dobrados? Com as mãos erguidas a um céu vazio e solitário? Escute-me, ESCUTE-ME! Levante-se daí, comece a caminhar e sinta a dor em suas pernas cansadas e doloridas pela falta de uso. Vá em frente à lugares que você nunca esteve antes, construa seu mundo, viva em seu reino, seja seu próprio rei. Ou você, talvez por inocência, ainda acha que neste mesmo solitário céu, você fará parte de alguma realeza? Digo-lhe mais uma vez, me escute e cuide de cuidar-se, pois o fim não está próximo, mas se você continuar perdendo seu tempo...

No entanto mantenha-se atento, pois há uma pessoa que pode te salvar! Sim, é verdade. Mas aviso logo, está num lugar escuro, sujo e podre. Você raramente costuma ir lá, mas sempre anda bastante perto, e esse lugar é dentro de você. Só existe salvação para o mundo dentro do próprio homem, em nenhum outro lugar, em nenhum outro há salvação.

Então faça algo de útil, engula (sem absorver nada) seus livros de “auto-ajuda” e ajude a si mesmo, pois só você sabe do que você precisa então corra atrás, por que nenhum livro ou frase “otimista” foi escrito(a) para você, então abra seus olhos. Faça o que lhe der na telha, por mais que algum livro tolo, com palavras tolas, lhe diga que não, acredite em mim, não há nada demais naquele velho livro de capa preta, nada!

(...)

Não faz muito tempo eu vi um homem, ele parecia bem, os cabelos grisalhos lhe conferiam autoridade as palavras, os olhos pareciam cansados, mas suas palavras eram firmes e altivas. Ele falava sobre seu passado de glórias em terras longínquas. Ele falava sobre o quanto havia conquistado, e dizia que queria ajudar outros em novas conquistas para o mundo. Aquilo emocionava, me emocionava, é algo que você não vê todo dia afinal. Um homem tentando salvar outras vidas, para que estas vidas pudessem salvar outras vidas. Um homem (nada além disso) e em seu coração a salvação para todos os males do mundo. No meu, e também no seu, coração está a salvação, pelo menos eu assim acredito...

Espero que estas palavras possam consolá-lo em momentos de dor, ou que sejam luz quando lhe sobrar escuridão... Enfim, espero que vocês consigam salvar-se, pois ainda há uma chance.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

#meutunãosabeoqueaconteceu

Esse ‘post’ é somente um relato sobre um fato ocorrido em minha (pobre) vida nos últimos dias, não há o menor intuito, com este, de entretê-lo ou diverti-lo, portanto, se os pormenores de minha existência não te interessarem hoje, RUA!

A direção.


***

Em menos de 72 horas ela voltou, como se aproximadamente 1095 dias não fossem nada. Por certo ela supõe que estes dias foram ótimos, que eu ainda sou o mesmo que habita nas poucas memórias dela sobre mim. Pois bem, não sou. Acho que ela também já percebeu que não.

E ainda me vem com todo esse papo “fantasmagórico”, porém não percebeu que profecias, orações e bênçãos não fazem mais parte desta “versão do software”. Mas ainda assim ela veio, está vindo, está aqui. Estaria ela tentando despertar o monstro adormecido por anos em meu peito? Cujo último relato de uma aparição sua data de, aproximadamente, três anos atrás (algo em torno de 1095 dias). Não sei.

O que realmente me surpreende nisso tudo é justamente o fato disso não estar causando o efeito que eu achei que fosse causar. Afinal, depois de tudo! Depois do tempo perdido, da vida perdida (a minha), do amor perdido; achei que eu fosse mais fraco, achei que isto seria o suficiente para fazer com que eu retrocedesse à mentira de meus pais. Não retrocedi, pelo visto sou forte. Ou seria um mentiroso?
Eu pensei que fosse morrer (novamente), ou será que eu sou imortal?

Chego ao ponto de citar Dom Casmurro(que por sua vez cita Fausto): “Aí vindes outra vez, inquietas sombras!”. E como me inquietam essas sombras. Eu não sei, mas tenho certeza (quase absoluta) do lugar em que isso vai parar. Mas sabe do quê? Tomara que não pare, tomara que você continue vindo até alcançar meu coração, tomara que você me diga tudo, e que me revele sua alma, pois eu quero conhecê-la, quero saber tudo, entender todos os motivos pelo qual naqueles dias eu morri, entender qual é o motivo de agora ser diferente, estar lutando para não morrer novamente... Por que eu não quero morrer, mas quero viver para sempre ao seu lado (apesar disso soar tão brega).

E eu sei que é aí que habita a dúvida o erro e a provável morte. Eu sei que você não vai me ligar todas as noites, e que em algum momento quando eu te ligar você vai inventar alguma desculpa esfarrapada e dizer que vai dormir. Mas apesar disso, eu ainda acho que se a pessoa que você sempre gostou liga para você (quase) todas as noites e em alguns momentos chega a dizer que gosta de falar com você (você acreditando ou não) é sinal que alguma coisa, uma pequena coisa boa... Talvez uma pequena coisa boa esteja para acontecer, ou talvez, de determinado ponto de vista, esteja realmente acontecendo...

Há quem acredite que isso pode dar certo, que a vida pode ser feliz, que a gente acabe como um casal 'bocó' se chamando de “meu amor”... Mas eu não sei até onde conseguiria chegar, não sei se eu faria o seu mundo tão feliz e belo quanto você merece, se o amor bastar tudo bem, será para sempre. Mas se o amor não bastar, se você precisar de alguém que seja forte o suficiente pra você, alguém que possa lidar com sua vida tão atribulada, bom... Então talvez só amor não seja o bastante.

Esse texto não vai ter fim aqui por que “essa” novela ainda não teve seu capítulo derradeiro, mas eu espero que logo possa escrevê-lo para o bem da minha saúde...

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Culpado [eu?]

Eu tenho o costume de escrever na terceira pessoa, ou na quarta, ou na quinta... Mas chega uma hora em que o sujeito (eu) para, pensa e percebe que precisa olhar para dentro de si, por que se já olhou tanto ao redor e ainda não descobriu a raiz de todo mal é provável que os problemas se passem no seu interior, por dentro de seus olhos.

Então você(eu) percebe que é o culpado desde início, desde o fundamento do ser, desde o seu(o meu) fundamento. Dá pra perceber que a dificuldade em assumir isso é tanta que nem mesmo escrever um texto na primeira pessoa se mostra tarefa fácil, mas vamos em frente com essa empreitada!

(...)

'Eu' diz: Empreitada? Quantos anos vc têm, 80? Pq vc tbm não diz que gosta de tomar sopa e assistir fórmula 1 aos domingos?

Consciência: Ora me poupe, eu apenas quis inserir no meu escrito alguns singelos floreios.

'Eu' diz: Viado ¬¬’

Consciência diz : Lembre-se que ao ofender-me com tão vulgar termo, “viado”, o senhor está também a ofender-se.

'Eu' diz: [...] deixa pra lá, vamo continuar.

(...)

É difícil definir onde começam as suas falhas e até onde vai a filhadaputagem alheia, no entanto é fato, e pelo menos assim eu acredito, que a porcentagem maior no resultado final de toda culpa e infelicidades, no meu mundo, seja minha. Afinal, fui eu que escolhi ir pela direita e não o contrário, preferir o doce ao amargo, tocar um instrumento ao invés de dançar, morte no lugar de vida. (talvez não pareça mas a verdade é que há pelo menos três anos ou mais eu estou morto, vítima de um tiro certeiro de um fuzil Kalashnikov- AK 47. *já citado em Violência*)

E o fim de tudo se dá agora! E se não agora será em breve, muito em breve. Todos os erros e decisões erradas me trouxeram até aqui, este é o momento derradeiro como eu já disse, não agora, mas logo virá... A soma de todos os erros culmina neste cenário cinza-fumaça em que a minha vida se encontra, cinza como cinzas num cinzeiro. Cinza como as cinzas produzidas por um cigarro qualquer, que tenta me oferecer uma paz qualquer, não consegue é claro, mas merece os devidos créditos só pelo esforço. O mesmo cinza deste céu que me avisa que logo virá à tormenta, e que logo será difícil de navegar.

Devido à aparente iminência do fim eu me sinto na obrigação de te contar o que eu deveria ter te contado, mas uma vez mais eu não o farei, propositalmente, e não mais por medo e sim por saber que dizê-lo não é o que eu realmente deva fazer. (porra que parágrafo confuso!)

Mas o que há para dizer é que de fato a culpa, em grande medida, é minha. Você sabe disso e eu também sei disso, mas o que você não sabe e nem entende é que a culpa não deveria ser minha, não seria justo que a culpa fosse minha, eu não comprei a passagem, eu não enviei uma carta de recomendação, ao contrário, eu fui severamente imposto neste mundo, e regras, leis e modos também me foram impostos, embora eu não tenha escolhido nenhum, ou sequer assinado algum contrato. A culpa até pode ser minha, mas não deveria ser.

Não é de hoje que eu venho me acusando, e você(s) também, e aparentemente não há defesa para este réu, o único advogado que lhe oferece defesa não lhe é do agrado, já trabalhou junto com ele antes e não crê que a experiência possa lhe trazer bons resultados no julgamento, no entanto, algo lhe diz que ele lhe deva dar uma outra chance. Aparentemente as coisas poderiam vir a dar certo... Aparentemente.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Vidas a mais.

E acordou naquele dia como em todos os outros, abriu os olhos. Pensava na vida e em tudo em que havia pensado na noite anterior, estava bem fisicamente, mas a quem ele iria enganar? Isso não possui valor algum. Não fazia frio, no entanto àquela hora do dia a água no chuveiro ainda corria gelada, tomou um banho rápido, vestiu sua calça jeans favorita e pôs uma camisa branca, nada surpreendente...

Apanhou alguns documentos que estavam sobre a mesa, tentou lembrar-se de tudo que teria que fazer durante o dia, não conseguiu, abriu a porta e ganhou a rua, mais um dia na mesma vida, nada surpreendente...

O dia estava morno, a vida estava morna a mais tempo, percorria o mesmo caminho até o ponto de ônibus desde tempos imemoriáveis (palavras bonitas só para enfeitar o texto). Cantarolava mentalmente uma canção que falava sobre amor, divagava à cerca do amor, de amar e de como seria a vida caso não perdesse tanto tempo pensando nisso(amor) e refletiu se existiria alguma vida sem isso(amor). Enquanto isso o ônibus seguia (sem nenhuma surpresa) seu eterno percurso até a parte baixa da cidade. Todas as dúvidas sobre “ser” e “ter” estavam lá (na sua cabeça, e sem respostas no mundo real), mas apesar disso, com tudo o que sua mente construía, com tudo o que sentia seu coração, não conseguia ser nada além de mais um, uma outra pessoa espremida entre outras tantas num ônibus em situações, no mínimo, contestáveis. Nada (ao que parece) o surpreenderia naquele dia... E pensava se algum dia na vida seria surpreendido.

Chegou ao seu destino, fez o que precisava, recebeu o que merecia e seguiu o caminho. Pegou a segunda condução do dia, estava voltando para sua casa (que há muito tempo não lhe proporcionava mais o prazer do lar), idéias que ultimamente freqüentavam com certa freqüência sua mente, pensava que já era muito tarde para ainda estar sofrendo amores com três anos de atraso, sabia que por mais que ela quisesse, e tentasse, não poderia salvá-lo, foi justamente quando pensava em salvação que no fundo do ônibus um rapaz de aproximadamente 18 ou 19 anos se levantou e anunciou o assalto! O motorista do coletivo imediatamente freou o ônibus e abriu as três portas do mesmo, em meio a muita confusão todos tentaram sair pela porta que estivesse mais próxima, confuso e assustado o assaltante bradou para que as pessoas parassem ou iria atirar.

(...)

A pobre alma que é centro dessa história estava a poucos passos do assaltante, e em meio a confusão tentou fugir pela porta central do ônibus, quando se escutaram três disparos.

(...)

Alguns poucos minutos depois a primeira confusão havia sido contida, o assaltante já havia sido detido pela polícia sem maiores tragédias. Porém outra confusão já estava se formando (o que é natural nas pequenas tragédias cotidianas) onde jornalistas se espremiam para colher informações a cerca da pequena tragédia, os exaustos e (não tão) heróicos policiais tentavam conter esta segunda confusão com pouco êxito.

Ambos os pólos daquela antagônica e generalizada confusão (policiais e jornalistas) pareciam estar acostumados com a rotina de tragédias menores como aquelas, não havia nada de surpreendente. Uma mãe desesperada chorando por cima de um corpo coberto por um pano branco, outros parentes chorando, outras pessoas que choravam só por ver uma pessoa morta, nada demais. Um dos policiais pensava no jogo de futebol de logo mais a noite e se o time conseguiria chegar as finais do campeonato, já um jornalista perdido no mar de pessoas escrevia em um notebook as primeiras informações, enquanto isso pensava em ir para casa naquela noite e ver a esposa que tanto amava, e também na parcela das última compras feitas pela internet, “a vida até que não ia mal” foi o pensamento que passou pela sua cabeça.

(...)

Em algum lugar na mente de alguém, na hora em que os três tiros atingiram aquele corpo, percebeu-se que naquela morte havia uma beleza bastante emocional, mas não onde você pode estar pensando, não nos sentimentos de um adolescente abobalhado de paixões mal resolvidas e vítima de alguns problemas sócio-econômicos, mas viu-se o belo que estava no contraste entre a mancha de sangue vermelha em suas costas e a cor branca de sua blusa, "era belo". Foi o que pensou.

(...)

As primeiras informações que surgiram sobre o caso sugeriam que o crime poderia ter sido encomendado e que o assassinado poderia estar envolvido com o tráfico, pelo fato de uma certa quantia de dinheiro ter sido encontrada em seu bolso, mas logo o boato foi desmentido, o dinheiro era a indenização que o indivíduo recebera de sua recente demissão.

(...)

sexta-feira, 8 de julho de 2011

É necessário que tudo acabe para poder começar outra vez...

[Tenha cuidado, siga em frente e não olhe para trás, seja como for, não olhe e nem se importe com o que ficou. Talvez, e somente talvez, essa possa ser a receita do sucesso.]

***

Há uma certa dúvida. Na verdade há um milhão de dúvidas numa só cabeça. No entanto é provável que não existam um milhão de respostas no mundo, e essa é uma das razões para um sujeito qualquer encher um blog de palavras dele, sobre os outros, sobre outras vidas, sobre as vidas à mais...

E por viver de dúvidas acaba que você, e falo isso por experiência própria, não encontra nenhuma resposta (e raios o partam se um dia vou encontrar), por isso mais vale uma vida sem respostas e bem vivida do quê uma morte repleta de dúvidas.

É claro que eu não vivi todas as vidas que eu poderia, e que você provavelmente não levará em conta, e nem espero que leve, as ideias contidas aqui, porém eu digo que há algo de misterioso no mundo [óbvio] e que o segredo seja talvez ignorar isso, talvez se trate de perceber, porém não [necessariamente] compreender; o que, tenho quase certeza, é impossível e indigesto [inclusive para mim] de se aceitar.

Sim, eu também não estou entendendo nada e não sei o que pretendo com isso neste momento, porém preciso (não, não preciso) compartilhar o que eu aprendi na estrada da vida (p** nenhuma) com alguns, na esperança de que estes uns não caiam nos mesmos buracos que eu, ou que não se afoguem nos mesmos mares, ou mesmo que não morram no Japão... *confira os outros posts para entender a piada*

É cada vez mais perceptível por mim, inclusive outros compartilham essa opinião com alguma razão, que a ruína da vida é construir a vida. Entenda, até onde puder, a vida está posta, está na nossa frente, cabe à mim e a você estender a mão e pegá-la, alcançá-la, vivê-la; nada além disso. No entanto , existem fatores que nos impedem de simplesmente vivê-la como ela simplesmente é. Não queremos, apenas não dá pra viver essa vida, desejamos outra (começam os erros), tentamos construir outra é onde culminam todos os erros, o chão que toda queda procura.

Mas fica claro que a vida que nos reservaram, a vida que temos para viver, a nossa única alternativa, não é a nossa melhor escolha, porém é fato, que ela deve ser a única que talvez possa oferecer uma parcela (infelizmente pequena) de prazer e felicidade; e é na busca incessante de tentar aumentar essa miserável quantia de felicidade que nós nos deparamos com o fim [e os fins são incontáveis].

Surpreendentemente eu vou parar por aqui, poderia dizer muito mais [talvez não], mas é provável que o que havia para ser dito eu já tenha falado [escrito, anta!].
Se você compartilha da busca, desesperada, por uma parcela um pouco maior de felicidade em vida lembre-se que todo o fim é o primeiro passo para um começo, que a meia noite é apenas o primeiro segundo de um novo dia. E se você acredita em alguma dessas bobagens, boa sorte para você, mas lembre-se, aquele cara daquele blog lá avisou que seria assim [ou não...]

terça-feira, 5 de julho de 2011

Violência

A você que por todos os lados nos cerca, com seus longos braços, com seus vários rostos, com suas doces palavras, embora às vezes duras, rudes e prepotentes. Tudo à você bela que é tão bela horrenda...

***

Veja bem, não é meu objetivo te ofender, não possuo intenção de machucar ninguém com estas palavras, até porque em minhas condições atuais não conseguiria ferir você ou qualquer outra pessoa. Não, não vim para fazer mal- nada além do mal que já está feito.

Nessa guerra “morna” travada apenas por mim, apenas eu acabei ferido. Meus disparos contra você(s) não foram efetivos, no entanto posso dizer que sofri apenas uma ferida mortal, aquele velho tiro disparado de um velho fuzil russo- Kalashnikov-Ak 47; em meados de 2007.

Desde aqueles dias a vida vai se esvaindo a cada [maldito] segundo por entre meus dedos e todas as minhas [poucas] glórias vão ficando cada vez mais distantes, às vezes me pergunto se elas realmente aconteceram, ou se já não se confundem com os meus sonhos nunca realizados. Se as poucas medalhas e os escassos troféus não deveriam estar junto ao salão que mantém guardadas (e eu não sei por qual razão) as faixas que eles entregam como prêmio de consolação para aquelas crianças incapazes (retardadas), que sempre chegavam em último lugar nas competições.

No entanto em mim existe ainda um desejo (talvez instinto) por uma violência que seria, se eu pudesse, direcionada a você, e também a todos vocês. Mas não que você mereça, pelo contrário, pelo fato de EU não merecer [ou será que mereço?] toda a violência que é minha, pois é contra mim desferida. A violência dos céus difundida através da boca de seus hipócritas e profetas[duas classes que indicam o mesmo perfil], a violência que surgiu no peito dos amantes no exato segundo que o amor perdeu seu lugar, a violência que eu desejei no exato segundo em que o meu amor por você (não) surgiu...

***

Por toda a vaidade, por todas as palavras ditas que não deveriam ter surgido nem como idéias, por todos os filhos sem pais, por todos os pais sem filhos, por toda a falta de amor que há em nós, e que não temos mais onde nos abastecer(...)

***

[Mas não se engane, este não é mais um escrito bobo sobre amor... É só mais um punhado de palavras bobas]

sábado, 4 de junho de 2011

Em Mares Incertos...

*** Desde que me disseram que o amor é um barco furado... Me fiz capitão do barco, e por deus jurei que afundaria junto com a embarcação. ***

Podem dizer o que bem entenderem. Me falem de suas experiências nestes ou naqueles mares. Barcos maiores que o meu que foram à cabo em marés mais fracas que a minha, que os mares por onde tenho navegado (e pelos céus se não serão sempre os mesmos mares) são deveras perigosos.

A verdade é que pouco me importo, sei dos riscos, conheço quase todos. Sim quase, não que me entregue aos males da soberba, porém me julgo um capitão deveras experiente, o que não quer dizer que vez ou outra devido à um vento leste, ou oeste, ou norte, ou sul, ou da puta que pariu, venha fazer balançar o barco, já cheio d’agua, já prestes a afundar.

*** Desde que me alertaram sobre o amor ser uma embarcação com destino certo para o fundo do oceano... Minha vida tem sido uma verdadeira oceanografia.***

Talvez não por você (nem por mim). Mas se ao menos eu tivesse zarpado antes do meu porto e fosse rumo aos teus braços (de mar)...

Talvez eu não seja um capitão tão experiente afinal...

É provável que as ilhas tranquilas e pacíficas, que você disse que existiam, e que estavam para além dos seus olhos, não existam realmente...

É provável que além da última dobra da praia, da última ilha, não exista nada do quê dizem...

E olha que falam tanto sobre o que está mais além, sobre a razão que está para além de toda e qualquer tempestade...

*** Desde que você me disse que o amor é uma miserável canoa furada e cheia de água... Minha vida tem sido esvaziar, desesperadamente, essa embarcação somente com as mãos.***

Já parou para pensar em tudo o que você espera? Que não há nada além do horizonte? Que aquela curva da praia não existe de fato? Que a sua fé não tem nenhuma base em nada?

E se eu e você descobrimos que tudo não passa de uma ilusão? Que perdemos nosso tempo? Ver que a tua fé não te salvou, e o amor também não te curou.
O que você me diria? Diria alguma coisa enfim?

Você tem alguma resposta para alguma dessas perguntas?

O que você vai fazer quando a sua “fé” acabar?

Do amor que me restou, não espere muito. Se só amor não bastar é melhor que você vá mesmo embora, pois eu não tenho nada mais para oferecer.

(...)

*** Desde que me disseram que o amor é um barco afundado... Minha vida não se moveu mais nenhum centímetro, a não ser em tua direção.***

sábado, 28 de maio de 2011

Mais um vacilo... Mais um problema cardíaco

Deixa tudo comigo, até os sonhos. Pode deixar, eu vou sonhar por nós dois. Quem sabe assim você para com a desculpa esfarrapada de dizer que os meus sonhos são grandes demais para dividir. Que as nossas vidas estão cansadas demais para mudar.
Apesar de saber que eu não deveria mais...

***
Existe tanta coisa no mundo para se viver, tanta coisa no mundo para se observar e tanto mais para se falar. E eu aqui sempre falando da mesma coisa, tentando pôr em palavras bonitas a minha dor, a dor de todo mundo, a mais besta de todas as dores que as pessoas sentem.

***

No fim a primeira pergunta que surge: “onde foi que isso começou? Quem foi mesmo que começou?”. A verdade é que ninguém lembra, mas se lembrasse, se pudesse, ia lá no maldito início só para saber em quem pôr a culpa. Só para ter alguém para culpar.

***

E não me venha ninguém com este papo de aprendizado. Não quero mais aprender coisas como: “conseguir sorrir por tempo indeterminado sem estar com a mínima vontade, para pessoas indesejáveis” ou mesmo “saber como dizer que está bem de trinta e duas formas diferentes”. Essas coisas eu já aprendi. Eu não sei mesmo qual é o meu problema. Até parece que eu não já sabia como é perder.

***

Todas as canções terminam, todos os livros tem um último capítulo, todas as bocas se calam, toda vida tem sua morte.

***

(O último sorriso que eu tinha era para você. Acho que agora eu vou jogar fora em alguma esquina.)

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(não consegui de novo...)

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Prorrogação

Exatamente como da última vez. Você compra, usa, suja, rasga e joga fora. Acorda cedo, corre para alcançar o ônibus, perde a hora do ônibus, diz um palavrão e espera o próximo ônibus. Vê, ouve, gosta e se apaixona. Depois essa mesma paixão te leva a mais uma morte. Não é sempre assim que acontece? Alguém ainda lembra da primeira vez em que se deu conta disso?

Quantas vezes nós morremos na vida? Ouso achar que, ao contrário do que todo mundo pensa, sofremos de mais de uma morte em vida. Cada livro que você deixou de ler, cada canção que não chegou ao seu ouvido, cada amor que terminou; tudo isso sempre traz um pouco de morte consigo, não acham?

Então eu arrisco perguntar, será que você não sabe o que te faz mal e o que te faz bem? Sim você sabe, eu sei, e qualquer idiota tem a capacidade de saber disso. De onde vem esse talento nosso de só querer fazer soar em nossas vidas as notas mais desafinadas? Por que nós somos assim?

[Por que nós não podemos ser assim juntos e de mãos dadas?]

Na sua vida, nas nossas, e na de quem mais estiver se sentindo assim, é sempre
igual. Ás vezes é difícil acordar e lembrar de quem somos, o que pensamos, o que queremos e o que sentimos. Parece um disco repetido várias vezes, um verso mal terminado e que te causa náuseas no fim, e é assim que as coisas se parecem para mim. Talvez nós possamos nos esconder atrás de nossas falsas alergias e de bocejos para ninguém perceber quando nós estamos chorando, mas sempre há um travesseiro úmido de lágrimas no fim da noite.

[como disse o Vanguart, “todos os meus amigos querem morrer... (hoje)”]

Parece que estamos perdidos, mas nós nos recusamos a desistir, estamos prestes a saltar no abismo, no entanto damos um passo pra trás; por quê? Haverá esperança? Valeria pena a caminhada? Infelizmente não sei te responder...

[como disse o Kid Abelha, “será que existe alguém ou um motivo importante?”

***

(Quando eu comecei a escrever esse texto eu queria escrever alguma coisa bonita e feliz, me perdoem.)

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Lovers Saying

“Então você vai dizer que quer ficar sozinho? Pare de mentir, ninguém nunca quer ficar só...” (sentindo)

“AGORA É VOCÊ QUE QUER IR EMBORA, NÃO É?! EU SEMPRE SOUBE O QUE VOCÊ ERA! EU PERCEBI QUANDO VOCÊ CONTOU TODAS AS SUAS MENTIRAS, VOCÊ NUNCA ME FALOU A VERDADE, NUNCA FALOU NADA, NUNCA DISSE QUE ME AMAVA!” (gritos)

“Oi querida, como você está? Como foi o seu dia? É o meu também não foi legal, porque eu não pude te ver hoje, mas passei todo o dia pensando em você.” (o que eu te diria diariamente com um sorriso no rosto)

“Qual é o problema de olhar para uma mulher que passa na rua? Como assim isso quer dizer que eu não te amo mais? Ora, eu só estou observando as maravilhas da criação divina! Mas eu não disse que você não era uma maravilha! Tudo bem, eu também te amo. Mas não me espere porque hoje eu vou chegar um pouco mais tarde do escritório, vai ter uma reunião até mais tarde...” (sendo um imbecil)

“Sabe o que eu acho que nós deveríamos fazer? Comprar uma Kombi, pintar de cores psicodélicas e sair viajando pelo universo. Vem comigo?” (vontade)

“Nossa como você está linda hoje! Como você É linda! Nossa você é tudo que qualquer cara desejaria em uma garota! Que sorte que eu tenho em ter você.” (o que ele(s) nunca disse)

“Oi, vamos sair hoje? A sério que hoje é teu aniversário? Legal eu nem sabia. Mas e aí você quer sair comigo ou não?” (é só o que ele[s] diz[em])

“Segurar a tua mão? Seguirmos juntos pela longa estrada, e dizer todas aquelas coisas melosas até sermos velhos? [Mas é que eu já me machuquei tanto]... Eu não sei se devo tentar por alguém na minha vida agora. Desculpe” (o que você talvez diga)

“Eu Te Amo...” (o que eu talvez te diga)

“Eu também...” (o que eu gostaria que você dissesse)

domingo, 10 de abril de 2011

"Mea culpa"

“Aonde isso tudo vai parar?

Como a gente vai enxergar?

Por que eu não posso mais cantar?

Por que você não vem comigo?

Por que eu não saio de você?

Por que nós não saímos juntos hoje à noite?”

***

Sabe aqueles dias?(não, não estou falando de TPM) "Aqueles" dias... Aqueles que nos filmes bestas (que tratam de pessoas bestas) ficam entre o dia em que o casal briga, passam dias solitários tomando sorvete em casa e ouvindo músicas depressivas, e o dia em que eles se reencontram e todos são apenas sorrisos. E eles vão andando pelo parque com a câmera em uma perspectiva aérea e pássaros voando, é simplesmente lindo.

Todo mundo sabe que na realidade a coisa não acontece bem assim, e se já estiver cansado de histórias como essa pode ir embora (clique no X no canto superior à direita). A história de sempre, os problemas de sempre, as respostas de sempre. Só mudou o rosto, o número de telefone e o endereço, porque essa parte é a variável. A constante é sempre igual a zero.

***

Já pensou em como “poderia” ter sido? Não acho que nós conseguiríamos ficar pior do quê estaríamos quando nós pensássemos em começar. Eu sei é complicado. É difícil. É injusto.

Injusto por tudo o que nós (todos) somos ,injustos como aquele em quem nós “queremos” acreditar, e que fomos feitos à sua imagem e semelhança, por isso somos assim. Vemos a injustiça todos os dias ao nosso redor e ficamos surpresos, mas sabemos, lá no fundo, que nós todos somos iguais, viemos do mesmo pó.

Então a minha injustiça nada mais foi do quê pensar por você. Sonhar por você, desejar você.

Vocês sabem do que eu estou falando, vocês também querem isso que tem me faltado, não sejam hipócritas, não me falem para mudar e ser aquilo que vocês não podem ser...


***

Vou tentar não mudar, não falar, não pensar... Não.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Entre 19 Paredes.

Então nós começamos a pensar novamente sobre aquelas velhas questões. Pensamos em tudo o que nós havíamos pensado antes, porém agora somos diferentes, agora nós não sabemos quem somos ou o que queremos, e o pior, ainda perdemos nosso tempo para tentar descobrir de onde viemos.

Imagine então se um dia nós acordarmos e percebermos que tudo o que nos faz viver não passa de uma fachada, uma fachada que encobre aquilo que nós realmente somos. De onde vem? Pergunta sem resposta. O que faz com que você se sinta assim? Também sem resposta. São perguntas assim que nos guiam em busca de alcançar não sei o quê. Embora os que pregam os termos técnicos da vida ofereçam respostas, respostas que não convencem em quase nada, mas ainda assim respostas. São essas malditas questões, inúteis, que aparentemente nos dão um por que de ser.

Ora, se há uma fachada (ou mais de uma) encobrindo a verdade provavelmente ela (ou elas) foi posta aí por algum motivo específico. Se for assim por que essa sede, vontade ou desejo, de sempre querer descobrir algo que não deve (aparentemente) ser descoberto? Só por que você não consegue entender o que está escrito nesta maldita fachada? (e eu espero sinceramente que a esta altura do campeonato você já tenha entendido do que eu estou falando, do contrário RUA!).

...

Então aqui estou eu sentado entre 19 paredes, foram construídas através de dias, meses e anos (alguns poucos anos). Nunca soube o porquê dessas paredes, eu nunca soube de onde elas vieram. Mas acontece que eu estou aqui, acontece que eu estou aqui a tempo o suficiente, talvez não, para já ter decidido quem eu sou o que sou e o que quero.

Na verdade eu não sei nem quem sou, nem o que sou e muito menos o que eu quero. Também não sei de grandes coisas a cerca de questões nobres da vida como o amor. Sobre isso até sei de alguma coisa, mas pelo meu estado atual acho que você, caro leitor, não deveria seguir meus conselhos.

Então qual é o propósito enfim disso tudo? Por quê somos obrigados então a carregar tal jugo sobre nossos ombros? O peso de não sabermos o porquê nem a razão de simplesmente estarmos aqui.

Eu não sei... E tenho certeza que vocês também não, portanto parem de ser assim, parem de fingir que estão preocupados com o lugar de onde vocês vieram, parem de mentir, abram as mentes e vamos apenas viver.

(Prometo que tentarei junto com vocês.)

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Algumas Coisas

Você diz que já se machucou demais, mas a verdade é que você não esteve em tantas guerras assim, talvez bem menos do que imagine. Diz que tem medo e que não quer mais saber disso... Eu não sei se sua escolha está correta, também não sei se você vai sobreviver a isso tudo. Será mesmo que você tem tanta força assim? Talvez você seja mais forte do que eu afinal.

Por mais que você diga: “Está tudo bem, não se preocupe”. Eu ainda sou capaz de enxergar tristeza nos teus olhos? Aquela mesma tristeza de meses atrás quando você disse que sentia falta não sabia de quê e nem por que sentia falta, só sentia e pronto... Foram nesses dias que eu te conheci, um desses dias chuvosos, desses dias que parecem que vão ser apenas mais um nos 365, porém quando acaba lá está você com uma nova paixão no peito e intermináveis dúvidas.

Eu fiz de tudo pra não duvidar, ir em frente e arriscar como eu nunca tinha feito antes, afinal o que eu tinha a perder? Era só seguir o jargão: "Carregar, apontar e FOGO!" Mas não é tão simples assim, pelo menos eu não acho que as coisas sejam assim tão simples. E talvez por esse motivo você esteja mais certa do que eu na sua escolha. Nunca saberemos. Talvez o tempo, se for piedoso, nos diga qual é a resposta correta algum dia.

Ao fim disso tudo eu me pergunto? Se pra eles está dando certo, se pra todo mundo está dando certo pelo caminho alternativo?

– Ora bolas, mas eu não sou como todo mundo! Diz a consciência resignada.

- Mas ainda assim qualquer um está melhor do que você com toda essa sua “boa consciência”. Respondeu a razão com certa ironia.

- Eu não estou querendo ser boa, muito menos má, eu apenas sou. E é isso que EU sou...

A razão pensou por algum tempo e enfim sentenciou.

- Então você está com problemas minha jovem! Concluiu em um tom preocupado a debochada razão.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Flores & Chocolates 2.0 (Retórica) ou Ataque Cardíaco.


Lembra da última vez? Quando a gente disse que tudo poderia mudar. E até EU estava começando a achar que as coisas talvez pudessem mudar...
***
Você se lembra do que você queria há dez anos? Eu não sei ao certo se lembro do que eu queria, mas algo me diz que não era bem isso daqui que eu tenho hoje. Mas e aí, o que você gostaria de ter sido antes de você ser o que é hoje? Antes de todos os seus erros e pecados e de toda essa culpa.
Nós não precisamos nem voltar tanto tempo, nós podemos voltar apenas dez dias, ou até mesmo dez minutos, no instante em que eu recebi seu SMS que deve ter sido enviado do próprio Lago de Fogo do Inferno... Se bem que, ficar usando essas fábulas pra ilustrar tudo isto não cabe neste contexto, não cabem no MEU contexto e quem ainda se importa com essas bobagens, não se ofenda, mas EU acho que você pode estar perdendo seu tempo. Mas enfim, não era disso que eu estava falando...
Parece que tudo que me liga a você tornou-se amaldiçoado, os teus abraços, os sorrisos, as conversas e até teus SMS, tudo se perdeu. Mas afinal qual foi a razão disso tudo? Porque eu tinha que te ligar logo naquele instante? E mandar um maldito torpedo? Essas coisas não são reais, embora em algumas vezes elas consigam tocar a realidade, mas elas não dizem tudo, e nunca conseguiriam. Elas são incompletas eu sei. Mas mesmo assim VOCÊ vai ousar dizer que não entendeu o que eu estava te falando? Você vai continuar com essas mentiras?
Por que você mentiu? Não precisava ter mentido. Eu não iria te condenar, eu não tinha te condenado antes e não condenaria agora, e além do mais, eu não sou NADA seu pra te condenar (nem amigo e muito menos um irmão). Eu só queria que você não tivesse mentido, ou ao menos me contasse que você iria atirar aos céus tudo o que você tem de mais precioso, que iria viver sem medo, que iria abrir mão de tudo o que você tem de bom, que você alçaria aos céus com todos os seus diamantes...
Esse caminho que você escolheu agora é totalmente diferente do que aquele que nós tínhamos prometido seguir juntos, de mãos dadas e cabeças erguidas, mas agora eu não posso mais te acompanhar, eu até me desculparia com você, mas você não merece mais nada que venha de mim a não ser meu desprezo, você não chega nem a ser uma memória concreta em minha cabeça, nem mesmo um velho sonho, nada, nada, nada...
Eu já disse que eu não me importo com o caminho que você quer seguir, assim como também não me importo com quem você quer seguir. A partir de agora é problema seu, se ele vai comprar ou não as flores e os chocolates que você tanto quer o problema é SEU (mas será que você ainda merece depois de tudo isso?). Será que ele realmente percebe quando você chega? Ele notou que você mudou o cabelo? Ele sabe ao menos qual é a sua cor favorita? Ele se importa? No entanto, como eu já disse antes, isso não é mais da minha conta, EU não me importo.
Sabe do quê mais? (eu tenho que parar com essas perguntas retóricas) EU nem sei o porquê da minha “raiva” ou “ódio”, eu não sei ao certo, mas acho que há também um pouco de decepção...  Se bem que eu não faço mais questão de saber.
Não me importune mais, não me procure mais, não me chame mais, não venha mais, não me peça mais, não viva mais (até porque não existe mais amor dentro de você). Enfim, não encha mais o meu saco!
Tá tudo acabado, mesmo sem ter tido um começo. Até onde eu me lembro eu fui um dos últimos a chegar e pelo visto estou sendo o primeiro a sair, por que não tem mais espaço pra mim aqui, não tem mais jeito para nós.
Enfim...
Fim de um romance bobo.
***

(Na boa o cara que escreve essas merdas deve ser um otário...)
(E por que ele faz tantas perguntas retóricas se nunca sabe nenhuma resposta?)

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Você quer Morrer no japão?

“Você vai acabar não chegando a nenhum lugar... Só vai se perder mais.”

***

Eu estou tentando. EU JURO. Mas não está dando certo. Os lugares que eu vou não são mais os mesmos lugares que eu costumava ir, os lugares que eu ia não me atraem mais, as casas parecem vazias, os sorrisos perderam graça em simples risos, risadas que não ocupam nem uma janela...

Não são as pessoas ao meu redor (talvez sejam), não são os lugares que eu estou indo (talvez sejam), não são as canções que eu tenho cantado (talvez sejam). A questão é que o problema pode não estar do lado de fora da casa, ou melhor, o problema pode ser comigo e em mim. Disso eu sempre desconfiei, mas a verdade é que, pelo menos eu acho, todo mundo tem um gostinho pelo drama, pela coisa com ares de impossibilidade, parece que quando é assim tudo fica mais bonito, o problema é quando você se acostuma a achar que tudo parece impossível.

Acho que perdi em algum lugar os finais felizes... Perdi a fórmula nos quais os finais felizes se encaixavam. Poderia ter perdido qualquer outra coisa, preferia ter perdido dinheiro. E olha que eu já procurei muito por eles (os finais felizes).

O fato é que eu tenho que continuar. Mando continuar, eu devo continuar? Talvez sim talvez não. Fato é que eu estou seguindo. Mas descontrolado, olho pra baixo e vejo o asfalto se mover sobre meus pés, mas eu não sei onde ele está me levando, não há controle algum, talvez eu vá parar no Japão... Talvez eu não pare, talvez eu nunca morra, talvez eu pare de escrever tanta bobagem...

***


“Você vai ler e talvez não entenda...

Talvez até ria disso tudo, mas é porquê você não sabe.”

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

REDENÇÃO.

“Vidas a mais...”

Aonde você quer chegar? Com o quê você tem sonhado? Quantas certezas você tem na vida? Se você conseguiu responder alguma dessas perguntas com facilidade melhor ir embora...

Eu sempre fui muito dramático, exagerado demais nas emoções, acho que tenho que parar com isso, mas tem gente que acha isso legal.  A vida nunca é tão ruim quanto eu costumo dizer que é. Eu exagero demais... Mas eu me rendo, confesso afinal, eu não gosto dessa vida, preferia ter outra. Trocava o pouco que eu tenho por muito que talvez não seja tão nobre e importante assim, mas ainda assim me faz falta.

O que é que te faz falta? O que é que sempre te faz falta? Alguma coisa te faz falta ou você é desses que fingem que tá tudo bem? Desses tipinhos insuportáveis que insistem em fazer parecer que a vida deles é ótima. Eu sinceramente tenho uma teoria sobre a vida, na qual eu acredito que ninguém seja feliz, mas isso fica para outro dia.

Na verdade o que me faz falta é viver mais e sonhar menos...

Enfim, eu acho que não consegui dizer nada, mas ainda assim espero que alguém entenda algo nisso. Pra que ao menos uma parte minha sinta que algo nisso tudo faz sentido, que essa pequena parte possa ter um pouco do quê se orgulhar, que essa mínima parte possa encontrar a tão esperada paz, a tão desejada redenção...

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Flores & Chocolates.


Qual o sentido disso tudo? Talvez algum dia a gente descubra... Enquanto isso a gente gasta aquilo que vive, e sente, em linhas vulgares de um blog.

***

Era pra ser sobre raiva e desprezo, mas não é. Agora é sobre melancolia e conivência (não sei se é a melhor palavra) talvez algo parecido com solidariedade se encaixe melhor. Afinal foi só o que restou do que eu achei que ainda tinha...

***

Eu achei que ela não estava mais perdida, que ela havia encontrado um novo rumo, sem amor, mas ainda sim um novo caminho. E que pretendia seguir em frente com isso, eu estava com raiva, porém sem motivo algum. Ela não havia cometido nenhum erro, “mulher, quem te condenou?”, se houve algum erro foi meu, e dessa minha insuportável mania de projetar nas pessoas coisas que não são delas, e que elas não são. Mais uma vez a culpa foi minha.

***

Fomos em frente, cada qual para o seu lado e eu estava disposto a esquecer, eu sei que minha presença não faria falta. Mas ela voltou, ela acenou pra mim. Eu juro que tentei resistir e não falar, me virar ir embora e deixa - lá falando sozinha com as paredes. Não pude fazê-lo e nem sei se poderia tê-lo feito. Porque eu vi, percebi e senti que ela também estava perdida.

***

Eu sabia que aquele poderia ser o momento, o momento que eu talvez tivesse perdido meses atrás e que achei que não mais voltaria é aquele tal do “momento certo”. Eu precisava ajudá-la e ela precisava de ajuda, eu poderia oferecer tudo àquilo que ela precisava, e era também tudo o que eu podia lhe oferecer. Eu poderia lhe comprar flores e chocolates, lhe daria a lua e uma cesta cheia de estrelas, e nos deitaríamos no jardim à tarde para observar as nuvens. E tudo mais de brega que já tenham dito sobre o amor, e que todo mundo deseja fazer com alguém especial.
***

Mas se não for eu, e você tiver encontrado alguém que tenha o amor que você precisa e que lhe compre flores e chocolates, que saiba qual é sua música favorita e que repare quando você muda alguma coisa no cabelo. Bom...  Eu só posso mentir e dizer que está tudo bem... Dizer que vou seguir em frente e que ao menos eu fico feliz por você ter encontrado o que procura nos braços de outro alguém, e que eu espero que você seja feliz o tanto quanto você merece...

E fim. (?)                                                        


segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

As Tragédias dos Nossos Dias.


Tudo estava como deveria, as luzes apagadas criavam a atmosfera necessária, o frio da noite, junto com o estado emocional no qual se encontrava, fazia com que sua mente não pudesse diferenciar sensações físicas de sensações emocionais, de um jeito ou de outro aquela história teria um fim...

De um lado para o outro em seu quarto frio e úmido, o jovem M. não parava de pensar, sabia que uma hora ou outra aquilo iria acabar, se bem ou mal ele não podia saber. Contando de seus vinte e poucos anos, ele julgava que a história poderia ter sido diferente, sabia que não houvera culpados para que tudo acabasse daquela forma, NÃO! Havia apenas um culpado, e era ele... Mas agora tudo iria terminar, talvez até ficasse em paz.

Se ao menos ele não tivesse se perdido naqueles dias, por causa daquele alguém, à pessoa que esteve lá desde sempre, desde que ele se lembrava à pessoa com a qual ele teve menos momentos do que com qualquer outra, porém todos tinham sido mais importantes do que qualquer outro de que ele tinha lembrança, enfim, a única pessoa que ele gostaria que estivesse lá naquelas últimas horas.

As horas passavam, a noite seguia estendendo seu manto negro havia dispensado todos os empregados, decidiu ficar em paz para aquela última prova do destino e dar descanso a todos àqueles que o cercavam e o serviam. Ele já sabia que seu destino estava selado os ares da tragédia já se faziam sentir por todos os lugares do quarto, se ele não podia tê-la ninguém mais poderia, ninguém mais deveria.

Passavam das onze quando ele saiu do quarto e desceu as escadas em direção a sala lá estava uma refeição posta para dois, logo ela chegaria, e ele não poderia demonstrar todo o seu tormento. As onze e quinze a campainha tocou, nervoso ele atendeu a porta, deveria ser ela, só podia ser ela, quem mais poderia ser?

Não era ela. A tragédia naquela noite não seria aquilo que ele havia pensado, tudo mudaria em segundos.

Quando M. abriu a porta sua surpresa não poderia ter sido maior, a porta com uma expressão de claro descontrole mental estava um de seus criados, uma pessoa que também naquela noite tinha decidido por fim a uma história que a muito o escravizava e o entristecia.

***

 O patrão nunca havia sido bom com nenhum dos servos, era desses sujeitos que não sabia tratar ninguém com o mínimo de respeito, típico dos que possuem algo, mantinha hábitos reclusos e jamais dera ousadia a qualquer pessoa, sequer tinha amigos, somente alguns bajuladores que vez ou outra vinham visitar-lhe para o exercício da hipocrisia. O máximo de relacionamento que ele e os outros servos sabiam sobre o patrão era de alguém pelo qual ele se correspondia através de cartas misteriosas e semanais nada além disso. Ele o patrão sempre que as recebia trancava-se em seu quarto e as lia solitário. E só,não sabiam de nada além disso.

Hoje ele, o empregado, tinha ido pedir um adiantamento em seu ordenado para que pudesse ajudar o pequeno irmão que estava muito enfermo, o patrão passara todo o dia trancafiado em seu quarto (o motivo também não se sabia). Ele fora várias vezes a porta do quarto para tentar falar com o patrão que nem sequer abriu a porta para lhe dizer qualquer resposta que fosse. Naquele dia o patrão dispensara a todos mais cedo. Quando ele chegou em casa soube que o irmão havia morrido. Os médicos disseram que se o tratamento houvesse sido feito com antecedência poderia haver uma chance de salvar o pequeno. O ódio lhe consumiu então. Tomou a velha arma de seu pai, ganhou a rua e seguiu em direção a casa de seu velho patrão, havia decidido que a tragédia naquela noite não bateria somente em sua porta...

***

Os vizinhos do jovem senhor M. ouviram três tiros, porém não julgaram ser algo que tivesse importância, afinal o que mais de ruim poderia acontecer na casa daquele jovem órfão? Cuja vida já era marcada pela tragédia da morte de seus pais...

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Vacancy (No Vacancy)

Deveria ser mais fácil pra mim, falar de amor... Ou mesmo de amores. É engraçado como a gente sempre acha que sabe já sabe de tudo sobre nós mesmos, ou que já sentimos tudo que poderíamos sentir. E mais engraçado ainda é como isso tudo soa repetitivo, talvez por que a vida seja repetitiva ou os amores estejam se repetindo.

Essa situação pode ser tudo, menos engraçada. Eu não vejo graça na dor ou nas feridas de ninguém, e apesar disso parece que um inconsciente desejo masoquista me atrai para as mesmas covas rasas nas quais eu costumo me jogar, aonde eu me machuco, me recupero, levanto e me jogo novamente... Eu não sei por que, mas eu faço isso.

Tal qual um animal irracional eu fico de longe observando aquele lugar, como um rato de laboratório experimentando um pedaço de queijo que dá choque, ele sabe o que vai acontecer ao pegar o queijo e acaba aprendendo... Nesse ponto eu me diferencio do rato, pois eu nunca aprendo, lá vou eu me jogar outra vez, apenas mais uma vez. Lá naquela cova eu espero encontrar alguma coisa diferente do que eu já vi lá, até por que eu já soube de gente que encontrou o que procurava que entrou e nunca mais saiu, mas toda vez que eu me jogo nesse maldito buraco que é o amor eu me machuco, e pelo visto eu continuarei me jogando nele até que eu aprenda ou morra.

Sempre vem do mesmo jeito, com a subjetividade de um detalhe qualquer, “parece que dessa vez será diferente” é o que eu digo, mas eu acabo quebrado em pedaços pequenos como da última vez. Nada muda, talvez o rosto mude, o nome mude, o número do telefone mude, mas no fim acaba do mesmo jeito. Vem e vai como que não quer nada, como um detalhe que nem deveria estar ali.

Mas afinal, por quê nós amamos? Existe um por quê? Ainda que exista, será que é o suficiente pra se dizer que vale a pena se atirar novamente? Eu sou mais irracional que o rato de laboratório. E se vocês me dão licença, eu vou juntar os pedaços que se espalharam por causa da última queda que não foi tão grande quanto às anteriores, mas ainda assim foi dolorosa, mas eu acho que estou começando a aprender...

***

“E mais tarde eu vou olhar o que tem no fundo daquele buraco, parece que não está vazio! Acho que dessa vez eu encontro alguma coisa!”