segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Culpado [eu?]

Eu tenho o costume de escrever na terceira pessoa, ou na quarta, ou na quinta... Mas chega uma hora em que o sujeito (eu) para, pensa e percebe que precisa olhar para dentro de si, por que se já olhou tanto ao redor e ainda não descobriu a raiz de todo mal é provável que os problemas se passem no seu interior, por dentro de seus olhos.

Então você(eu) percebe que é o culpado desde início, desde o fundamento do ser, desde o seu(o meu) fundamento. Dá pra perceber que a dificuldade em assumir isso é tanta que nem mesmo escrever um texto na primeira pessoa se mostra tarefa fácil, mas vamos em frente com essa empreitada!

(...)

'Eu' diz: Empreitada? Quantos anos vc têm, 80? Pq vc tbm não diz que gosta de tomar sopa e assistir fórmula 1 aos domingos?

Consciência: Ora me poupe, eu apenas quis inserir no meu escrito alguns singelos floreios.

'Eu' diz: Viado ¬¬’

Consciência diz : Lembre-se que ao ofender-me com tão vulgar termo, “viado”, o senhor está também a ofender-se.

'Eu' diz: [...] deixa pra lá, vamo continuar.

(...)

É difícil definir onde começam as suas falhas e até onde vai a filhadaputagem alheia, no entanto é fato, e pelo menos assim eu acredito, que a porcentagem maior no resultado final de toda culpa e infelicidades, no meu mundo, seja minha. Afinal, fui eu que escolhi ir pela direita e não o contrário, preferir o doce ao amargo, tocar um instrumento ao invés de dançar, morte no lugar de vida. (talvez não pareça mas a verdade é que há pelo menos três anos ou mais eu estou morto, vítima de um tiro certeiro de um fuzil Kalashnikov- AK 47. *já citado em Violência*)

E o fim de tudo se dá agora! E se não agora será em breve, muito em breve. Todos os erros e decisões erradas me trouxeram até aqui, este é o momento derradeiro como eu já disse, não agora, mas logo virá... A soma de todos os erros culmina neste cenário cinza-fumaça em que a minha vida se encontra, cinza como cinzas num cinzeiro. Cinza como as cinzas produzidas por um cigarro qualquer, que tenta me oferecer uma paz qualquer, não consegue é claro, mas merece os devidos créditos só pelo esforço. O mesmo cinza deste céu que me avisa que logo virá à tormenta, e que logo será difícil de navegar.

Devido à aparente iminência do fim eu me sinto na obrigação de te contar o que eu deveria ter te contado, mas uma vez mais eu não o farei, propositalmente, e não mais por medo e sim por saber que dizê-lo não é o que eu realmente deva fazer. (porra que parágrafo confuso!)

Mas o que há para dizer é que de fato a culpa, em grande medida, é minha. Você sabe disso e eu também sei disso, mas o que você não sabe e nem entende é que a culpa não deveria ser minha, não seria justo que a culpa fosse minha, eu não comprei a passagem, eu não enviei uma carta de recomendação, ao contrário, eu fui severamente imposto neste mundo, e regras, leis e modos também me foram impostos, embora eu não tenha escolhido nenhum, ou sequer assinado algum contrato. A culpa até pode ser minha, mas não deveria ser.

Não é de hoje que eu venho me acusando, e você(s) também, e aparentemente não há defesa para este réu, o único advogado que lhe oferece defesa não lhe é do agrado, já trabalhou junto com ele antes e não crê que a experiência possa lhe trazer bons resultados no julgamento, no entanto, algo lhe diz que ele lhe deva dar uma outra chance. Aparentemente as coisas poderiam vir a dar certo... Aparentemente.