terça-feira, 5 de julho de 2011

Violência

A você que por todos os lados nos cerca, com seus longos braços, com seus vários rostos, com suas doces palavras, embora às vezes duras, rudes e prepotentes. Tudo à você bela que é tão bela horrenda...

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Veja bem, não é meu objetivo te ofender, não possuo intenção de machucar ninguém com estas palavras, até porque em minhas condições atuais não conseguiria ferir você ou qualquer outra pessoa. Não, não vim para fazer mal- nada além do mal que já está feito.

Nessa guerra “morna” travada apenas por mim, apenas eu acabei ferido. Meus disparos contra você(s) não foram efetivos, no entanto posso dizer que sofri apenas uma ferida mortal, aquele velho tiro disparado de um velho fuzil russo- Kalashnikov-Ak 47; em meados de 2007.

Desde aqueles dias a vida vai se esvaindo a cada [maldito] segundo por entre meus dedos e todas as minhas [poucas] glórias vão ficando cada vez mais distantes, às vezes me pergunto se elas realmente aconteceram, ou se já não se confundem com os meus sonhos nunca realizados. Se as poucas medalhas e os escassos troféus não deveriam estar junto ao salão que mantém guardadas (e eu não sei por qual razão) as faixas que eles entregam como prêmio de consolação para aquelas crianças incapazes (retardadas), que sempre chegavam em último lugar nas competições.

No entanto em mim existe ainda um desejo (talvez instinto) por uma violência que seria, se eu pudesse, direcionada a você, e também a todos vocês. Mas não que você mereça, pelo contrário, pelo fato de EU não merecer [ou será que mereço?] toda a violência que é minha, pois é contra mim desferida. A violência dos céus difundida através da boca de seus hipócritas e profetas[duas classes que indicam o mesmo perfil], a violência que surgiu no peito dos amantes no exato segundo que o amor perdeu seu lugar, a violência que eu desejei no exato segundo em que o meu amor por você (não) surgiu...

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Por toda a vaidade, por todas as palavras ditas que não deveriam ter surgido nem como idéias, por todos os filhos sem pais, por todos os pais sem filhos, por toda a falta de amor que há em nós, e que não temos mais onde nos abastecer(...)

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[Mas não se engane, este não é mais um escrito bobo sobre amor... É só mais um punhado de palavras bobas]

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